quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Polícias sinaleiros vão voltar ao Porto a partir de segunda-feira


É uma “nova” figura do policiamento de proximidade. Mais de duas décadas depois, o Porto volta a ter um polícia sinaleiro. Método humano, eficaz, e turisticamente atraente de regular o trânsito numa das zonas, a entrada da Ponte Luís I, onde ele flui com mais intensidade, gerando conflitos. Lisboa nunca deixou de ter um outro polícia de capacete branco.
Na apresentação do serviço que vai ser retomado no Porto, que ocorreu esta terça-feira, a confusão não foi propriamente de trânsito. A satisfação pela presença do agente João Martins no entroncamento da Rua do Infante e da Gustavo Eiffel levou alguns condutores a parar e a pedir para tirarem, com ele, as famosas “selfies”.

Como lembrou o subcomissário Jacinto Ferreira, da Divisão de Trânsito do Comando Metropolitano do Porto da PSP, as ordens de um sinaleiro sobrepõem-se à sinalização, pelo que ninguém entrou em infracção.

As boas reacções foram uma constante, incluindo dos muitos turistas que passeiam naquela zona, e a PSP, ao preparar a reactivação do serviço, que só não foi retomado já no Verão por causa das obras no túnel da Ribeira, não se alheou deste expectável impacto. A peanha, que põe o agente a olhar o trânsito de cima, tem ares de antiga, e a farda, capacete e talabar (cinto largo) incluídos, lembra outros tempos. A isto, junta-se um cuidado especial na escolha dos agentes, que, percebido o jeito, e treinada a arte, dominam aquele espaço em volta com gestos fluídos.

“Não é para qualquer um”, assinala o subcomissário, adiantando que o serviço só começa de facto a 29 de Dezembro porque um dos agentes não está, neste momento disponível. Um deles vai fazer o turno entre as 7h30 e as 10, e o outro estará na peanha entre as 17h e as 19h30, cobrindo, nos dias úteis, os dois momentos mais problemáticos, durante os quais a mão humana acaba por ser bem mais eficaz do que qualquer sistema de semáforos. Com um sinaleiro não há tempos mortos. É bom para o trânsito e para os peões”, garante o responsável da Divisão de Trânsito.

Curiosamente, foi o alargamento da semaforização que, em 1992, ajudou a acabar com os polícias sinaleiros. A gestão do tráfego passou a ser feita à distância, nas salas onde estes sistemas se controlam, mas a PSP considera importante também a questão da “visibilidade” perante o seu público, neste caso automobilistas e peões. “Queremos dar uma imagem positiva. Da PSP e também do Porto”, assumiu Jacinto Ferreira.

Já na capital, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP adianta que “actualmente existem quatro polícias sinaleiros” no activo, um dos quais do sexo feminino. “Até ao mês de Novembro apenas existiam dois”, explica o subcomissário Hugo Abreu, acrescentando que os novos elementos “receberam formação com os mais antigos”. 

“Dois estão na Rua da Escola Politécnica e dois no cruzamento da Rua da Junqueira com a Calçada da Ajuda”, explicita o Cometlis de Lisboa em resposta a perguntas do PÚBLICO. De acordo com Hugo Abreu, para a escolha desses locais contribuíram “o elevado número de viaturas a circular nos cruzamentos e a inexistência de sinalização luminosa ou vertical” mas também “a visibilidade da presença policial”.

“Atendendo a que o sinaleiro realiza o seu serviço sempre no mesmo local acaba por fazer parte da comunidade e dessa forma a PSP realiza um policiamento de visibilidade e de proximidade”, acrescenta o subcomissário da PSP. E podem os polícias sinaleiros ser considerados um atractivo em termos turísticos? “Sem dúvida que sim”, diz Hugo Abreu, rematando que esta é uma figura “muito apreciada pelos cidadãos nacionais e pelos turistas que visitam o país”.

 

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