quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Lisboa: novo Museu dos Coches preparado para abrir em 2015

museu_dos_coches_copia

O novo Museu dos Coches foi adjudicado durante o Governo de José Sócrates, em 2006. Desde então foram apontadas várias datas de abertura, mas continua por inaugurar. Em entrevista ao idealista News Portugal, o arquiteto português Ricardo Bak Gordon, partner do autor do projeto, o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, diz que o museu tem todas as condições para abrir em 2015, mesmo se a ponte pedonal que dará acesso à zona da estação fluvial de Belém não estiver concluída.  
Em causa está um complexo que ocupa quase 16.000 metros quadrados – pertencia às Oficinas Gerais do Exército – e que é composto por dois edifícios: num irá estar a exposição e no outro vão funcionar os serviços paralelos, entre eles um auditório, um restaurante e lojas. Por concluir está apenas a ponte pedonal, sendo que o Governo lançou recentemente um concurso público para a conclusão das mesmas. 

“Quando Paulo Mendes da Rocha é convidado para fazer este trabalho, convidam-no para fazer o Museu dos Coches e uma passagem pedonal e ciclável. Dentro do edifício anexo começa a encaracolar-se essa passagem, que vai atravessar por cima da linha de caminho de ferro”, começa por explicar Ricardo Bak Gordon. 

As obras foram no entanto interrompidas, em junho de 2012, e a ponte pedonal ficou por fazer. “O concurso público para a empreitada dessa passagem pedonal acabou de ser publicado no Diário da República [dia 29 de setembro] e as empresas de construção já estão a fazer propostas para que se termine de uma vez por todas a parte física do museu [O prazo limite para a entrega de propostas terminou a 24 de outubro]. Isso é condição principal para que possamos imaginar a breve prazo a abertura do museu ao público”, explica. 

Segundo o arquiteto, a nova ponte pedonal não estará concluída em maio de 2015, a última data apontada para a abertura do museu, pelo que talvez não possa abrir no seu todo. Mas Ricardo Bak Gordon deixa uma sugestão: “Mesmo que não possamos inaugurar o museu todo acabado, esta praça pública, estas lojas e o restaurante podem estar a funcionar. Este lugar extraordinário cheio de gente já a apropriar-se do próprio espaço. Isso sim, podemos garantir para maio”. 

O responsável considera que o novo Museu dos Coches – o mais visitado de Lisboa – é uma novidade do ponto de vista da experiência do espaço público. “Não é comum que um grande edifício público ofereça uma maneira de viver o espaço público como este oferece”, conta, sublinhando que não haverá uma entrada para o museu: “É possível chegar à praça pública através de várias possibilidades. A fusão do espaço público e privado do museu, em comunhão, é a grande mais-valia deste lugar. Conseguiu-se criar uma espécie de leveza, ampliar e dar continuidade ao tecido público da cidade”.

Quando questionado sobre se a zona em redor do museu também pode sair beneficiada com a inauguração do espaço, sobretudo no que diz respeito à reabilitação urbana, Ricardo Bak Gordon responde de forma clara: “A intervenção que fizemos, com base no reconstruir o limite e o muro da praia, permitiu que estas construções passassem a ser uma fachada do Museu dos Coches.

O que fizemos foi construir algumas praças e caminhos, o que potencia a utilização de todo o lugar. Não tenho dúvidas de que a reabilitação da zona envolvente vai começar a fazer-se no dia a seguir a ser inaugurado o museu”. 


Sem comentários:

Enviar um comentário